segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Poema


O corpo do nosso amor

- Aurea Domenech

O corpo do nosso amor como o do vinho mais denso,

derrama-se em nós como nas traças mais finas.
Mais certo que os trilhos dos trens ligeiros,
mais exato que os mapas que se desenham nos livros,
tem a volúpia das figuras antigas
e a claridade de algo que fica entre o belo e o feio.

O corpo do nosso amor, como o mar na enseadas,
desencadeia certa dança traiçoeira,
habita em nós como que derradeiramente
como as amoras nas estradas do Chile.
Mas porque é o corpo do nosso amor
é assim tão belo, tão forte, tão solene.

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