Comentário
Do alto de sua gigantesca aprovação e a essa altura convencido de que fez seu sucessor, Lula permite-se o luxo de dizer qualquer coisa que lhe venha a cabeça. Nada tem a perder. E nada perde com o que diz.
Esta tarde, por exemplo, ao sancionar a lei que amplia os poderes do Ministério da Defesa, ele disse em tom de brincadeira que poderia ter sido enviada ao Congresso "uma emendinha" à Constituição garantindo-lhe mais alguns anos no cargo.
A brincadeira traiu um sonho que ele de fato alimentou.
Antes de se decidir por Dilma, Lula sondou vários amigos sobre a hipótese do terceiro mandato consecutivo - entre eles os governadores Jaques Wagner, da Bahia, Eduardo Campos, de Pernambuco, e Paulo Hartung, do Espírito Santo. E se aborreceu com alguns deles que se opuseram à idéia.
Entre correr o risco de jogar fora parte de sua popularidade travando a batalha do terceiro mandato ou de conservá-la para eleger seu sucessor, Lula preferiu o segundo caminho.
De resto, ao eleger Dilma ele poderá tentar voltar quando quiser - em 2014 ou na eleição seguinte.
Na mesma ocasião em que mencionou a "emendinha", Lula lamentou só ter comprado um avião para a presidência da República. "Eu deveria ter comprado um maior ou dois", disse.
Acostumem-se. Daqui para frente ele só tende a piorar.
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