domingo, 26 de setembro de 2010

poema

Poema da Purificação -

Depois de tantos combates
o anjo bom matou o anjo mau
e jogou seu corpo no rio.
As águas ficaram tintas
de um sangue que não descorava
e os peixes todos morreram.
Mas uma luz que inguém soube
dizer de onde tinha vindo
apareceu para clarear o mundo,
e outro anjo pensou a ferida
do anjo batalhador.

Carlos Drummond de Andrade (Itabira do Mato Dentro, Minas Gerais, 31 de outubro de 1902 - Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987)

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