Deu na Folha de S. Paulo
Um dia, a Casa Civil cai
Eliane Cantanhêde
Erenice Guerra era da liderança do PT na Câmara, uma fábrica de dossiês contra Collor, Itamar, FHC, Ibsen Pinheiro (que despontava como presidenciável) - enfim, contra tudo e todos.
Dali, os dossiês vazavam para as redações e para as então temidas CPIs, de boa lembrança. Os autores eram os "puros"; os que caíam na rede eram os "impuros". Com o tempo, autores, vítimas e réus foram se misturando perigosamente.
Não há mais "puros", a população conclui que todos são "impuros".
Da fábrica de dossiês, Erenice pulou para a Secretaria de Segurança Pública do DF no governo Cristovam Buarque (então PT), enquanto usava laranjas para abrir justamente uma empresa privada de investigação, segurança e vigilância. Ou seja: de dossiês.
E não é que ela foi galgando degraus até chegar ao Palácio do Planalto, aboletar-se como secretária-executiva na principal pasta do governo e dali fabricar o dossiê, ops!, o "banco de dados" contra Ruth e Fernando Henrique Cardoso?
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