quinta-feira, 16 de setembro de 2010

poema

Vale a invalidez vivida -

Não quero ser mero
Eu sou um colapso
Sou uma ferida irremediável
Sou dono de um paladar sem gosto
Sou o palhaço de um circo sem espetáculo

Às vezes me sinto como gotas que se desfazem
Que desaparecem ao cortar a gravidade
Pobres partículas que fazem história
Atando corpos pintados a um berço descolorido
Chorando no dia a dia inverossímil da realidade

Olho para o que ainda está por vir e pronto
Tudo que evitei se torna pranto em um calibre de glória
A flor do futuro está morta em meu terreno de anseios
Enfrento os demônios da guerra do hábito
E a corda bamba o pavio da bomba me ignora

Paulo Betto Meirelles nasceu em Niterói, Rio de Janeiro, no dia 30 de março de 1981

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