terça-feira, 29 de setembro de 2009

CLANDESTINO NA MIRA DO DER


Começou ontem a operação comandada pelo Departamento de Estradas e Rodagens do Rio Grande do Norte (DER/RN) contra o transporte intermunicipal clandestino de passageiros. Os fiscais do órgão trabalharam durante todo o dia em doze diferentes pontos do estado e um primeiro balanço da força-tarefa só deve ser divulgado hoje.
Júnior SantosPM e PRF fizeram as blitzen em vários pontos da cidadeParticiparam também das blitzen homens da Polícia Militar, da Polícia Rodoviária Federal e Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana. O objetivo era flagrar os motoristas que utilizam carros sem registro no DER para o transporte de passageiros. Na saída de Natal são vários os pontos usados tradicionalmente como “paradas” para os clandestinos. O fato de a operação ter sido anunciada dias antes na imprensa serviu como faca de dois gumes. Por um lado, muitos flagrantes deixaram de ser feitos, já que os “loteiros” (como são chamados os clandestinos) evitaram fazer o transporte ontem. Mas enxergando a questão por outro prisma, o objetivo principal começou a ser alcançado, já que a quantidade de viagens irregulares diminuiu consideravelmente. “Eles sabem que a gente está começando a operação, por isso muitos não foram para as ruas”, disse Tereza Cristina, fiscal do DER, que trabalhava ontem à tarde na ponte de Igapó. A avenida Felizardo Moura é trecho de passagem para os clandestinos que rodam para cidades como Ceará-Mirim, Macau e Maxaranguape. A constatação da fiscal foi feita também pela equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE. O local conhecido como “ponto das Mangueiras”, às margens da BR-101, em Igapó, é tradicionalmente utilizado por “loteiros” e passageiros, mas na tarde de ontem tinha somente pessoas à espera dos ônibus do transporte coletivo de Natal. Durante a tarde, motoristas foram parados também na BR-101/Sul, em frente à entrada do aeroporto. Durante o trabalho os fiscais do DER conferem os documentos do veículo e do condutor e em seguida, pedem que o motorista abra o porta-malas. Se houver bagagens no compartimento, é o primeiro indício do transporte de passageiros. Em seguida os fiscais perguntam aos passageiros para onde estão indo e de onde conhecem o motorista. “Geralmente o dono do carro orienta os passageiros para que digam que todos são parentes, mas durante a acareação a gente consegue descobrir a verdade”, explica a fiscal Tereza Cristina. Operação coíbe saída de táxis em MaxaranguapeO primeiro dia da Operação “Transporte Legal” do DER-RN começou com resultado positivo. O primeiro ciclo da fiscalização dos transportes clandestinos entre Natal e Grande Natal, realizado das 05 às 09 horas da manhã de ontem, coibiu a saída de 50 táxis de Barra de Maxaranguape. O ponto onde ocorreu maior número de apreensões foi entre Macaíba e a capital. Pontos municipais, estaduais e federais estão sendo monitorados por equipes de fiscalização da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Comando de Policiamento Rodoviário Estadual (CPRE). Segundo a diretora de transportes do DER, Valéria Arruda, os resultados foram positivos. “O volume de apreensões não foi grande, mas está dentro das expectativas. Por causa da divulgação da fiscalização, muitos carros de Maxaranguape e Extremoz não saíram hoje e esse é nosso foco, eliminar esse tipo de transporte”, disse. De acordo com o DER, a fiscalização será permanente e, até o ano que vem, também atingirá os outros municípios do interior do Estado. Por não pagar impostos, passar por vistorias ou respeitar a lei da gratuidade para os idosos e da meia entrada para os estudantes, esse tipo de transporte tem vantagem em relação aos ônibus, que precisam cumprir a legislação. Desde que os transportes clandestinos ganharam força, o número de ônibus das linhas intermunicipais em circulação caiu de 600 para 265, representando uma perda de 1.500 empregos. A Operação tem como objetivo coibir a existência desses transportes, já que representam concorrência desleal para as linhas de ônibus intermunicipais e não oferecem condições adequadas de segurança aos passageiros.

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