domingo, 15 de novembro de 2009

QUESTÃO DE TEMPO




Vinte anos depois do Lula-lá, Lula, Collor e Sarney juntos

A eleição presidencial de 1989 foi marcada por agressões e ataques pessoais dos três principais personagens: os candidatos Fernando Collor de Mello (PRN), que seria eleito presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ficou em segundo lugar, e o então presidente da República, José Sarney.

Era ladrão para lá, corrupto para cá e ditador de opereta para acolá. Collor ameaçava pôr os corruptos do governo Sarney na cadeia, se eleito. Sarney processou Collor por injúria e difamação. No calor da campanha, o alagoano xingou Lula de cambalacheiro. Foi eleito e não botou ninguém na cadeia. Acabou ele próprio apeado do cargo após dois anos de poder.

Depois de 20 anos, com Lula na Presidência, os três arqui-inimigos políticos transformaram-se em aliados em torno da base do governo petista, o que surpreendeu até os governistas, mostra reportagem de Gerson Camarotti e Maria Lima, publicada neste domingo pelo jornal O GLOBO.

As declarações de cada um para justificar a repentina amizade se baseiam na alegação de que todos foram alvo de campanhas difamatórias e injustiças. Outra argumentação é que não foram eles que mudaram, mas o tempo e a política. De forma reservada, interlocutores de Lula dizem o que mais mudou nessas duas décadas: o pragmatismo e a necessidade de governabilidade.

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