terça-feira, 9 de agosto de 2011

Emoções e cinismo

Sentou-se diante do computador. Queria escrever alguma coisa, mas, por mais que se esforçasse, não saía nada. Estranhou o fato, já que, em geral, raramente lhe faltavam assuntos e ideias. De repente, teve um clique: emoção! Isso mesmo, estava sem emoção alguma, por isso não conseguia escrever nada. Meditou a respeito e concluiu que até mesmo emoções negativas como raiva e desilusão servem de inspiração para um texto. Ponderou que, para quem escreve, o vazio emocional é um estado de espírito que nada produz de proveitoso e de atraente tanto no conteúdo quanto no estilo.
Sentiu que, naquele momento, o enfado dominava-o e que, em decorrência disso, seus pensamentos tendiam para o cinismo. Ao arrepio do que a maioria pensa, não via o cinismo apenas como uma atitude negativa, pois, considerou, muitas vezes ele constitui uma couraça que nos protege, evitando que, mesmo sendo movidos por justa indignação e estarmos cobertos de razão, reajamos de puro impulso, sem levar em conta as consequências.
Emoções e cinismo, dois assuntos interessantes. Pronto, ele decidiu que, quando estivesse inspirado, iria escrever a respeito deles.

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