Está descartada a possibilidade de nova greve na rede pública de ensino no Rio Grande do Norte, pelo menos até abril. Essa foi a decisão tirada da assembleia geral dos professores estaduais realizada ontem em Natal. Os servidores avaliaram que, embora a proposta do governo apresentada na última semana não seja suficiente, a categoria preferirá manter o diálogo a cruzar os braços.
O Governo do Estado anunciou que fará o reajuste do piso dos servidores (22%) e iniciará o pagamento da promoção vertical ainda neste mês. "Nós levamos a proposta para avaliação e a categoria, mesmo reconhecendo que a proposta não é completa, entendeu que com essa proposta dá para continuar negociando sem precisar usar o único instrumento, que é a greve", disse Zé Teixeira, coordenador estadual do Sinte.
Assim, o sindicato transfere o indicativo de greve para o dia 12 de abril, quando haverá nova assembleia de avaliação. De acordo com Zé Teixeira, o indicativo continua porque o governo, ao anunciar o pagamento do piso, só atendeu os efetivos, dividindo o reajuste dos aposentados em quatro parcelas: de abril a julho.
Além disso, não apresentou nada com relação ao plano dos servidores. O documento foi aprovado em junho de 2010, publicado em julho, e deveria ter sido cumprido até novembro deste ano. O governo Iberê Ferreira ainda publicou a liberação de 30%, que só chegou a ser paga agora no governo Rosalba, mas ainda falta pagar 70% da diferença do piso de cada servidor: ASG, GMO (fundamental), GNM (médio) e GMS (superior).
Contudo, a secretária da Educação, Betânia Ramalho, se comprometeu, a partir de agora, a se debruçar sobre esse plano, embora ele não esteja na pauta apresentada por ela à categoria. "Essa questão, por ser mais complicada, é trabalhada dentro de um fórum envolvendo representantes de todas as regionais", disse Zé Teixeira.
O coordenador do Sinte explica que havia um clima de apreensão entre a categoria e o governo porque não conseguia diálogo desde meados do ano passado. "Agora, como foi aberto esse campo de diálogo, avaliamos que não deveríamos deflagrar greve, mas continuar dialogando", completou.
PARALISAÇÃO NACIONAL
Até amanhã, professores de todo o Brasil continuam de braços cruzados. A mobilização, organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), reivindica o cumprimento do piso nacional nos Estados e 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a Educação.
Fonte: Jornal de Fato
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