terça-feira, 29 de março de 2011

POEMA


Indelicado
Janduhi Medeiros

A criança na rua 
Com a força perversa das drogas
Rebela-se,
Inicia o alicerce do abandono
Pequena como estrela celeste
Na escuridão urbana
No meio noturno onde floresce.

As calçadas
Precisam atravessar as noites,
Madrugadas sem agasalhos
Esquinas frias.

Os sinos
Observam calados os açoites
Mas o badalo da presunção
Quer anunciar a luz do dia.

Excludente,
Ficas contente como mosca
Degustando lucros espalhados
Sobre a mesa
Oprimindo o trigo
Com a tua vida pouca.

E se um resto de infância
Lembra uma vespa
Teu olhar navega
Sob mel de banquete em sopa
E ergue o favo da vaidade
Com lágrimas sem delicadeza. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário