quinta-feira, 24 de março de 2011

POEMA


Amor permanente
Janduhi Medeiros

Sertão
Tantos caminhos sem sombra
Que a luz do sol é espinho
Até o frescor de uma oiticica!

Descem os rios tristes
Nas ribeiras sem espuma.

Nas areias expostas
As raízes exibem a ferida.

Porém
O homem e a terra é caso de paixão,
Paixão permanente
Permanência com início no machado
Ao arco da montanha
Permanência de verão
De fruto do barro
De lavouras
Com o fim no chão
No amor permanente.

Imaginar que no lodo da pedra
O homem encontrou as águas
Que brotaram
Na cacimba da areia morta
Imaginar que no galão 
Da dor sem mágoas
O homem e a terra
Carregam a vida atados
Como rosário da manhã
No frio da névoa
Como amor de orvalho
No pasto derramado.

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