Caatinga
Caatinga
Gilberto Costa
Não sou conhecida por Maria
Nem também me chamo José.
Fui crescida no chão da alegria
E cultivada no estrume da fé!
Já concebi vários filhos
Sem nenhum chamar-se Jesus!
Sou agasalho... Sou ar... Luz...
Energia! Mas, vivo a sofrer
Sem você ainda perceber.
Sinto dor... Tenho minha cor,
Mas não sou racista. Sou bonita,
Perdão, bela! E esquento sua panela!
Não sou Iracema; sou Jurema...
Pereiro... Marmeleiro... Cardeiro...
Catingueira... Pau D’arco... Juazeiro!
Sou tudo de bom para você:
Sou cama... Sou mesa... Chama...
Sou seu assento... Seu buquê!
Mas, não sei ainda porquê
Você me maltrata e me mata!
Quando você se divorcia
Encontra outra mania!
Mas toda vez que me arranca
Esvazia minha família...
Eu sou Caatinga você homem!
Sua evolução é minha crucificação!
É o Sertão nu... É a devastação...
A fragilidade da sua construção!
Poeta e vice-prefeito de Caicó
O poema além de sua beleza mostra uma realidade que é o problema da desertificação, problema esse que já deveria ter sido resolvido em nosso estado, se os políticos exercesse seu papel, pois o pólo gás sal através do gasoduto nordestão que liga a cidade de Guamaré a Recife-PE poderia beneficiar as olarias do vale do assu, Seridó, alto oeste e dessa forma poderia trocar as fontes de energia dessas indústrias, pois hoje trabalham de forma ilegal e geram muita queima de madeiras oriundas da caatinga e isso só gera problemas e mais problemas no nosso meio ambiente.
ResponderExcluirMeu Torrão
ResponderExcluirSertão terra de baião
Terra de Gonzagão
Terra dos invernos
Terra dos meus velhos
Terra de amor
Terra do meu senhor
Terra de alvoradas
Terra de chuvas hilárias
De brincadeiras constantes
Terra de forró
Terra de alegria
Terra de todo dia
A se eu voltasse aquela terra
Poderia se misturar as culturas
Costumes e dizeres
E aos prazeres
Que aquela terra tem
Já ouvi falar de várias terras,
Mas igual aquela jamais
Sentirei tamanhas saudades
Que me invade o coração
De um sertanejo órfão de seu torrão.
Poema de Rodrigo Cortez.