Até o final dos anos 1990, o País era muro das lamentações das duas décadas anteriores perdidas em inflação alta, baixo investimento produtivo e escasso crescimento econômico. Hoje, a emergência do Brasil indica sentimento inverso de otimismo imoderado, com manifestações de arrogância sardônica, como se notou à reação do ministro da Economia a respeito das preocupações do Fundo Monetário Internacional com a deterioração das contas públicas.
O sucesso político adquirido pelo atual projeto de governo parece confundir o alto escalão da República sobre as conquistas imaginárias do Brasil Grande apregoadas na Era Lula e o País real, que precisa de inúmeros ajustes e reformas para confirmar a prosperidade duradoura e a afirmação positiva no grupo de nações que batem o martelo no centro decisório global.
Na verdade, falta a definição da Marca Brasil, assim entendido algo que ultrapasse o kit feijoada que sempre nos identificou, composto da junção de comidas quentes, do molejo extraordinário dos quadris da mulata e do samba no pé. Não que devamos renunciar à nossa tradição cultural, mas agregar ao poder do PIB emergente valores como a competitividade, a inovação, o ambiente favorável aos negócios, a eco-eficiência e por aí vai.
O objetivo é construir a tropicalidade responsável, a partir da criação de uma imagem que projete o Brasil realmente como o País que conseguiu ensinar ao mundo que por intermédio da democracia é possível eliminar a pobreza, reverter os indicadores negativos da educação e se posicionar na vanguarda tecnológica, a exemplo do que fez com o futebol.
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