Sonhar
Da loucura sem par dos meus castelos,
Vale mais do que as tuas zombarias
A alegria imortal de concebê-los.
Em pensamentos vãos e em vãs porfias
De amor, sempre conforme aos meus anelos,
Vão-se-me os dissabores, vão-se os dias,
Desabrocham-me nalma os sonhos belos
Quem sonha cria um mundo a seu talante...
Gele-me o peito a dúvida exaustiva
Ou ruja torva a cólera espumante,
Salva-me o sonho e o espírito me aviva,
Como se anima o trôpego viandante
Ao fulgor da miragem fugitiva.
Garcia Rosa
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