sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

poema

Sonhar

Razão! Por mais que tu, mofando rias
Da loucura sem par dos meus castelos,
Vale mais do que as tuas zombarias
A alegria imortal de concebê-los.


Em pensamentos vãos e em vãs porfias
De amor, sempre conforme aos meus anelos,
Vão-se-me os dissabores, vão-se os dias,
Desabrocham-me nalma os sonhos belos


Quem sonha cria um mundo a seu talante...
Gele-me o peito a dúvida exaustiva
Ou ruja torva a cólera espumante,


Salva-me o sonho e o espírito me aviva,
Como se anima o trôpego viandante
Ao fulgor da miragem fugitiva.



Garcia Rosa

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