sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

SAÚDE

Estudo com 12.059 voluntários mostrou risco 48% maior de depressão em pessoas com dieta rica em gordura trans, como as presentes nos fast foods. Foto: Leonardo Aversa

Dieta rica em gordura trans aumenta em 48% o risco de depressão

 PAMPLONA - Pesquisadores das universidades de Navarra e Las Palmas de Gran Canaria, na Espanha, mostraram que a ingestão de gorduras trans e saturadas aumentam o risco de depressão em até 48%. Já o óleo de oliva protege contra doenças mentais.
O estudo foi feito durante seis anos com 12.059 voluntários, cuja dieta, estilo de vida e doenças foram analisados antes, durante e depois do projeto. No início, nenhum deles sofria de depressão e, no final, 657 casos foram detectados. As pessoas com elevado consumo de gorduras trans (presentes de forma artificial na confeitaria industrial e em fast foods, e de forma natural em alguns produtos à base de leite) apresentaram um risco de depressão até 48% maior do que as que não consumiam essas gorduras.
Além disso, o estudo revelou uma relação de dose-resposta, "quanto mais gorduras trans ingeridas, maior o efeito prejudicial nos voluntários", disse Almudena Sánchez-Villegas, professora de medicina preventiva em Las Palmas e autora do estudo, que verificou ainda a influência das gorduras poliinsaturadas (presentes em peixes e óleos vegetais) e as do azeite de oliva.
- Descobrimos que este tipo de gordura, junto com o azeite de oliva, estão associadas à redução do risco de depressão - disse Miguel Ángel Martínez-González, professor da Universidade de Navarra e diretor do projeto.
O estudo corrobora ainda com a hipótese de uma maior incidência de depressão em países do norte da Europa, onde a dieta mediterrânea não prevalece. Nos últimos anos, a incidência da depressão aumentou, atingindo 150 milhões de pessoas no mundo, sendo hoje a principal causa de perda de anos de vida nos países de renda per capita média a alta, por causa de uma mudança radical nas fontes de gorduras consumidas nas dietas ocidentais.
A pesquisa foi publicada na revista médica PLoS ONE e realizada com uma população com uma ingestão baixa de gorduras trans, até 0,4% da energia total ingerida pelos voluntários.

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