Queijo coalho para prevenir tumores
Muito consumido no Nordeste, principalmente no sertão, e nas praias do Rio de Janeiro, o queijo de coalho pernambucano previne danos relacionados ao envelhecimento, ao câncer, a ataques cardíacos, derrame e arteriosclerose. Aumenta, ainda, a disponibilidade de zinco no corpo, mineral que ajuda na multiplicação de células de defesa, garante o biólogo Roberto Afonso da Silva, do Laboratório de Imunopatologia Keiko Asami (Lika), da Universidade Federal de Pernambuco, que passou quatro anos estudando as propriedades do produto para sua tese de doutorado.
A pesquisa do brasileiro acaba de ser publicada na "Food Chemistry". No trabalho — "O queijo de coalho do Nordeste do Brasil pode ser utilizado como alimento funcional?" – ele mostra que além do sabor agradável, o queijo nordestino tem propriedades não só nutritivas como bioativas.
O queijo de coalho é muito disseminado no Nordeste, mas em Pernambuco há apenas 200 queijarias registradas. Apesar de muito popular, suas propriedades funcionais nunca haviam sido descritas. Como o produto encontra-se 'a véspera de obter certificação de indicação geográfica, as suas qualidades chamaram atenção dos pesquisadores da UFPE.
Normalmente associada 'a vitamina C e aos flavonóides – substâncias encontradas em uvas, vinhos, chá verde, laranja – a ação anti-oxidante também pode ser atribuída ao queijo tão solicitado pelo homem da caatinga, hoje muito presente nos mercados populares da capital.
- O queijo de coalho é rico em peptídeos bioativos, com propriedades antioxidantes (combatem os radicais livres), antimicrobianas e carreadoras de zinco, mineral que tem função de ativar enzimas que multiplicam as células de defesa, explicou o pesquisador.
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