quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Para o salário mínimo, aumento deve ser de 5,9%

Política
Cristiane Jungblut e Chico de Gois, O Globo

Depois de incontáveis elogios de representantes dos movimentos sociais, o presidente Lula ouviu do presidente da CUT, Artur Henrique, que as centrais sindicais vão continuar lutando para fixar o salário mínimo de 2011 em R$ 580, contra os R$ 540 aceitos pelo governo.
O lobby dos sindicalistas foi levado pessoalmente a Lula no Palácio do Planalto no mesmo dia em que se acertou que o Congresso deve mesmo aprovar o Orçamento de 2011 com recursos suficientes apenas para elevar o piso salarial dos atuais R$ 510 para R$ 540, o que significa um reajuste de 5,9%, contra os 62% que os parlamentares aplicaram aos próprios subsídios.
Segundo interlocutores do governo, a estratégia é deixar para Lula uma "bondade final". Ao editar a Medida Provisória, ele pode definir um valor um pouco acima dos R$ 540. Mas a decisão será tomada em conjunto com a presidente eleita, Dilma Rousseff. Os sindicalistas usaram camisetas pregando "R$ 580 já" durante o ato com Lula.
Depois da cerimônia, Artur Henrique disse que os R$ 580 são condizentes com o discurso da presidente eleita:
— O importante é a política de valorização do salário mínimo. Se ela (Dilma) diz que a sua principal meta é a erradicação da miséria, começaria bem com o aumento do salário mínimo.
Mais cedo, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, já tinha avisado que não tem como dar mínimo superior a R$ 540:
— A partir de agora, é um momento politicamente ruim para aumentar o salário mínimo. Teremos um esforço de controlar a inflação e a receita do governo não está crescendo na mesma proporção que a economia.

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