quinta-feira, 23 de junho de 2011

Dona


Dona



Não sou santa

Nem mansa
Nem pura
Nem a cura
Sou a doença
Presença
Crença
Traço torto
Mão trêmula
Que desenha
Tua carne
Não rezo
Peco
A cada olhar
Quero tudo
Não compreendo nada
Conheço teu sexo
Familiar
A me estreitar
Sou desgovernada
Desafinada
Descarada
Não sou justa
Perco
Sinto falta

Brinco

Na ponta de meus dedos

Lembro teu desejo

Na minha língua

Está o teu gosto

Nas minhas narinas

Teu cheiro vadio

É tarde

As horas pequenas

Meu desejo vaga
A cada passo teu
É só desejo
Fúria a toa
Da qual eu sou a dona

Por Beti Timm...

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