Dona
Não sou santa
Nem mansa
Nem pura
Nem a cura
Sou a doença
Presença
Crença
Traço torto
Mão trêmula
Que desenha
Tua carne
Não rezo
Peco
A cada olhar
Quero tudo
Não compreendo nada
Conheço teu sexo
Familiar
A me estreitar
Sou desgovernada
Desafinada
Descarada
Não sou justa
Perco
Sinto falta
Brinco
Na ponta de meus dedos
Lembro teu desejo
Na minha língua
Está o teu gosto
Nas minhas narinas
Teu cheiro vadio
É tarde
As horas pequenas
Meu desejo vaga
A cada passo teu
É só desejo
Fúria a toa
Da qual eu sou a dona
Por Beti Timm...
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