-- O que ele disse?
-- Que não entendeu.-- E você explicou?
-- Eu não.
-- Por quê?
-- Porque existem coisas que não dá para explicar.
-- Por exemplo?
-- Uma metáfora. Explicar uma metáfora é como explicar uma piada, perde toda a graça.
-- Pelo visto, você gosta de usar metáforas.
-- Gosto.
-- E se as pessoas não as entendem?
-- Fica o dito pelo não dito. Ou melhor, o escrito pelo não escrito. Estou pouco me importando.
-- Mas deveria se importar. Afinal, você escreve para os outros lerem.
-- Nem sempre.
-- Como nem sempre?
-- Às vezes escrevo para mim mesmo, que é uma maneira de externar os meus pensamentos.
-- Mas então, por que envia para os outros esses textos que são dirigidos a você mesmo?
-- Só para causar comentários e discussões a respeito deles.
-- E isso costuma acontecer?
-- Quase sempre. O pessoal gosta de polemizar.
-- Concordo. As pessoas adoram uma discussão.
-- Pois é, tem gente que discute qualquer coisa e é contra o que quer que você escreva.
-- Esses são uns chatos, não são?
-- Invejosos, eu diria.
-- Você conhece muitos que são assim?
-- Mais do que gostaria de conhecer. Mas, no fundo, eu me divirto com eles.
-- De que maneira você se diverte com esses “do contra”?
-- Fazendo com que percam as estribeiras. E eles perdem fácil, fácil.
-- Você também não é flor que se cheire, amigo. Ou estou enganada?
-- Não está, não. Eu tenho as minhas armas para me defender daqueles que se acham os donos da verdade.
-- De uma certa forma, pelo que está me dizendo, você também se acha dono da verdade.
-- Amiga, a verdade tem muitos donos, nunca um só. Ou seja, existe uma verdade para cada dono.
-- Coitada da verdade, escrava de muitos senhores!
-- Parabéns, você entendeu o conceito.
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