segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

OS CONTOS NOSSOS DE CADA DIA


Numa briga de dois cegos

Cantadores numa de feira
Um resolveu desafiar o outro
Quem sabia mais leseira
Que do oiti ao ás de copas
Tudo passa pela beira.


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Dizia o primeiro cego:
Eu sei muito mais que tu
Digo se me enrolar
Dez sinônimo de c...:
Começo com arruela, tareco e apitador
Bocal, boca-de-gamela, fortunato e soprador
Termino com véio foba, espalha-bosta e bufador


Isso tudo num é nada
Dizia o outro cantador
Eu digo numa só letra
O que em mais de sete tu precisou:
Caneco, cagante, cocada,
Chucrute, crespinho e coco
Cuziti, cofrinho, cavaco
Carimbo de cueca e cagador


De oiti eu vi que intende
Quero ver se tu é mesmo doutor
Falando nas prega alheia
Eu falo da cardoso e da senador.
Não me esqueço da diagonal
Lateral-direita e do bifurcador


Esquecesse da Dorotéia
Aquele de sobre-nome invocado meu sinhô
Desconfio que com tanto conhecimento
De morróia tu já sentisse dor


Num vem que num tem não!
Morróia no meu roscofe num tem não sinhô
Tô sabendo que tu tem uma bicicleta
Que de tanto ficar parada enferrujou
Que pimenta na tua casa
Passou longe, nem entrou


E eu sei que tu faz três dias que num senta
Só dorme de banda, e ainda sente dor
E vamo deixa de leseira
Que estas estoria num é pra cantador
Cada um fique com seu oiti
Feio, acabado mais bufador
Furado, fedido mais servidor


E se conversássemos duas horas
Num domingo ou quarta-feira
Veríamos que nessa horas
Que do oiti ao ás de copas
Tudo passa pela beira
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Enviada por Tarcisio Pereira

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